segunda-feira, 27 de março de 2017

Cenários - Poesia de Denise Odara

Vivo em dois cenários
No primeiro sigo a proposta, nem acima nem abaixo, apenas sigo
tomando cuidado para o alinho de pé ante pé
Mantendo a força de pregador para a roupa no varal
Diante da corda fina, tênue e longa
Surgem platéias diversas, querem vir os cuspidores de fogo...rs...ahhh meu São Filomeno...suspiro comigo..
Em pensar que houve um tempo em que eu também os esperei...
Ah sim ia me esquecendo, vendem mapas da Venezuela por lá, caso for preciso! “Pai... acho que não tô dando conta...”

No outro, apesar de não exercer função há muito tempo mora O Palhaço, percorro ele todo a imensidão de um palco; é meu ventilador !
Posso mudar a placa Esperança da entrada, conforme o vento!
Ouvem o som do acordeon?
Para adentrar só preciso da minha velha certidão de nascimento,
Lá uso flor nos cabelos e ponho o disco do Nelson Ned pra tocar...
“..Não preciso dizê como eu tô chateada de não tá lá...”
Isso doi como um tufo de pêlo em meu estômago!
Talvez até crava o “morto” em meu coração.
Pois já tive minha estréia
Já fiquei sorrindo para o teto...é o que sei fazer.
Que horas começa a sessão hoje?

Denise Odara
(minha homenagem ao filme O Palhaço de Selton Mello)

Um comentário:

  1. Bakhy querido! Me pégo com esta surpresa linda hoje!
    Obrigada meu amigo ! Viva a arte e o artista ! Viva o Sarau Todas as Tribos.

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